Viver o presente, sonhar o futuro, esquecer o passado. Nessa estrada perigosa chamada vida, cada passo uma expectativa, e cada curva uma nova dor, alegria, esperança....E nada mais como repentinamente, essa estrada tão bem pavimentada que é a vida, se transforma numa estrada de terra, e o caminhar torna-se dificil e massacrante; nos nossos pés abrem-se feridas profundamente doloridas, como chagas; nas nossas mentes brotam questões do porquê d tanta dor? Mas a estrada continua, intacta, não há o que fazer além de percorrê-la, pois a esta altura, não há mais como voltar ou parar. O caminho parece acostumado à nossa presença, e acabamos por caminhar de maneira automática: olhos bem fechados pela dor, coração bem protegido pela desilusão, e tão logo somos apenas andarilhos cobertos com uma mortalha inerte ao mundo.
Nesse momento crucial, nossos pés maltratados conseguem sentir o toque sutil de uma flor, ainda que pequena, suficiente para amparar sob suas petalas , pés tão cansados, proporciona um alivio , que só se pode compreender se tenta visualizar um longo bocejo de preguiça; e esse gesto natural e casual de cuidado e afeição, nos abre os olhos, e então vemos estupefatos, que na verdade nosso caminho jamais fora de pedras, era nosso coração amiantado, que tocou as flores e as sentiu pedras, que andou pela encosta do verão de sol forte no rosto, e sentiu as trevas, e só no ponto mais alto da dor é que o mal se extinguiu , se partiu em milhoes de pedaços, permitindo a sensação da ultma flor. Porque esperar chegar às portas da morte, para perceber que ão se viveu?
Ahh Deus, que o meu pesar possa subir aos céus e acariciar a face suave de todos os anjos; que a minha dor possa ser acalentada e aliviada pelo olhar doce de uma criança, e assim, quem sabe, um dia minha vida possa ser aconchegada nos braços eternos e apraziveis do paraiso.
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