Quando eu saí de mim mesma, eu vi que não era tão esperta assim.
Quando eu saí de mim mesma, eu vi o mundo num turbilhão de cores e sentidos, como um caleidoscópio, e senti a vida pulsar dentro do meu peito, me mostrando que eu enfim, havia acordado para ela ... E ela me daria essa segunda chance.
Quando eu saí de mim mesma, daquele esconderijo obscuro e diabólico camuflado dentro de mim, eu precisei proteger meus olhos do brilho ofuscante do sol, e tive medo do calor que senti, tive medo de todas as sensações que eu jamais me permiti, e que experimentara, me fazendo um bem daqueles de fechar os olhos por longos e intermináveis segundos de extase.
Quando eu saí de mim mesma, eu percebi enfim que não havia necessidade de fugir dos meus pensamentos e de tudo aquilo que povoava ( e ainda povoa) minha mente, que por povoar me aprisionava dentro de mim, sem encontrar compatíveis, e que me fazia crer que era melhor calar à manifestar a quem não pudesse compreender.
quando eu enfim, ergui meus olhos para o mundo, e disse " aqui estou", vi o céu celestialmente azul, e todas as criaturas, e todas as pessoas com um carinho imensuravel, e de repente eu pude perdoar antes mesmo de ser desapontada, e eu vi como todos somos ainda infantis, medrosos, fracos ... Senti uma emoção de me fazer chorar, e assim, um tanto cega de lagrimas e imenso amor, pude decidir:
- Decidi que, de uma forma ou de outra, eu havia conseguido viver, e descobri a motivação para fazer jus aos que chama de vida, e que eu chamo de oportunidade.
E hoje, é como se cada dia guardasse o desejo, a beleza, o segredo. Como se fosse o primeiro, embora um dia chegue o último.
Mas será assim : livre, com amor, carinho, dedicação, liberta de todas as fugas, longe das lentes distorcidas do imenso egoismo de não compartilhar, que pairavam sob meus olhos, que estou a pé nessa estrada deliciosa rumo à plena, desejada, e vivida a cada segundo: FELICIDADE
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