terça-feira, 15 de novembro de 2011

Novas mulheres

Como vivem as mulheres? Aqui no ocidente, com a liberdade sexual, vestidos ginecológicos, e pessoas agindo como animais por puro instinto, como se o respeito ao próprio corpo não fosse mais importante. 
Mas enquanto temos mulheres fruta, exibindo seus corpos na TV, e demonstrando um senso comum ( ainda!), de que sexo compra dinheiro e companhia, mas nunca amor e amizade, eu acho ( já dizia Renato Russo), existem também as mulheres que usam a burca. 
Para a  jornalista, poeta e tradutora libanesa Joumana Haddad, que não conhecia a febre nacional em torno das mulheres-fruta, personagens criadas nos bailes funks do Rio de Janeiro, e achou curiosa a existência da mulher maçã, melancia, melão. Depois da iniciação no mundo dessas neo-celebs, ela disse: “isso também existe no Líbano”. Ora, será que essa analogia pode ser considerada?
“Para mim, as mulheres que usam burca na Arábia são iguais a essas mulheres-fruta. Ambas são oprimidas pelo patriarcalismo. As primeiras são obrigadas pelas autoridades machistas a usar véu para serem canceladas, apagadas, como se não existissem. As outras são tratadas como acessório pelos homens. Os dois tipos são exemplo da Sherazade que eu matei”, explicou. E diz "matei", porque  lançou este ano no Brasil o livro,  “Eu matei Sherazade – confissões de uma árabe enfurecida”. 
O ideal de feminidade, casta e boa família, ainda são sim virtudes destinadas as mulheres, embora estas mesmas virtudes criadas por uma sociedade machista, agora as rejeita, e como mum perfeito jogo de xadrez, virou o feitiço contra o feiticeiro, neste caso, feiticeira, pois a tão sonhada liberdade, foi tornada libertinagem, e o ideal de força e crescimento da mulher na sociedade, transformado em produto, em pedaço de carne disponível e a venda para os que podem comprar .. e os que não podem???  Acreditam e poder um dia, pode ter certeza!
quando se fala em opostos como mulher fruta e mulheres de burca, claro que podemos traçar correlações baseadas em teorias de evolução social, religião, e cultura de cada país, mas em essência, para mim, a grande perda para ambas as mulheres em questão, é o respeito a si próprias. E a condescendência de permitir que um homem bicho e macho, dite regras, e quando isso acontece,  não existisse mulher, não existe ser humano, existe sim um animal de estimação.
Se falarmos em religião, concordo com a burca desde que as mulheres que optam pela religião assim a aceitem, e não que seja uma imposição, e analisando dessa maneira, não creio que nenhuma mulher fruta foi obrigada a se tornar um produto, infelizmente!!!!
Ao matar a heroína, Joumana manda a mensagem de que as mulheres não podem abrir mão dos seus direitos básicos, assumir o papel de vítima e, sim, resistir, se rebelar contra essa postura. Com sinceridade e explosão, a libanesa relata na obra o significado da mulher árabe nos dias de hoje.  par a jornalista, no mundo inteiro ainda existem mulheres submissas. ela propõe mudança. Alias mudança é uma palavra de que Joumana gosta. Uma das primeiras aconteceu aos 19 anos, quando escolheu um homem para casar e se livrar da criação estreita ditada pelo pai. “Posso dizer que eu usei o meu marido. O casamento foi algo totalmente racional, planejado, eu não o amava”, confessou. Hoje, aos 41 anos, está separada, vive com os dois filhos e conta com total apoio dos pais.
 as críticas e ameaças que recebe de todos os lados por viver em constante manifesto pela liberdade não a intimidam, apenas deixam-na preocupada com a segurança da família. O auge da perseguição dos “covardes”, como define, foi quando lançou, em 2009, a revista Jasad (Corpo, em árabe), que aborda assuntos relacionados à sexualidade. O projeto sofre com a falta de recursos, como se ninguém no Oriente Médio quisesse vincular sua imagem à publicação. Mesmo assim, Joumana persiste no projeto. Os poemas de cunho erótico que publica também incomodam muita gente. “Mas eu sei ser má”, brinca.
Eis ai um livro que quero ler. Espero até, que muitas mulheres matem logo a Sherazade,  pois antes de gostar do outro, é imprescindível gostar de si mesma!!!
Leia a entrevista completa da poeta no G1:
http://g1.globo.com/pernambuco/fliporto/2011/noticia/2011/11/mulheres-de-burca-e-mulheres-fruta-sao-o-mesmo-diz-joumana-haddad.html

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Leveza

E apesar de todos os pesares do mundo, sinto uma leveza incálculavelmente ridicula, sem sentido, sem motivo, ou sem alguém que a repare ou a carregue consigo, por que aprendi que liberdade possui uma singularidade, tão próxima, quanto a sonoridade destas as aproxima, e essa singularidade é impossível de ser repartida e doada, infelizmente.
E as vezes, tudo que você precisa saber é, onde e com quem você irá compartilhar, render-se, escolher ficar, não voltar, ou simplesmente, pergunte-se  " a quem ou oque vc se apegaria se o fim fosse de fato iminente?" E se fosse agora? E se vc não existisse? E se todos e tudo que vc viu e viveu se apagasse do universo como uma simples brisa, leve e suave que afaga as folhas que caem lentamente? Provável que você, de repente, crie um carinho enorme pela vida ... Talvez,  só talvez, seja assim que os que já se foram sintam, a diferença é que a vida acaba, mas a memória ficará sempre, com aqueles que estiveram contigo, e que riram, choraram, sentiram, conheceram você, são eles, os outros, os rostos desconhecidos que um dia cruzaram o seu caminho na porta de um cinema, são eles apenas que carregarão ...
A leveza .... Ahhh a leveza .... doce, sutil, cortante ... Se eu não exisistisse?  Nada. Nulo. Vazio. Insignificante. Ausência. Saudade. Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.
Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade
.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.Saudade.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Para quando eu sair de mim mesma

Quando eu saí de mim mesma, eu vi que não era tão esperta assim.
Quando eu saí de mim mesma, eu vi o mundo num turbilhão de cores e sentidos, como um caleidoscópio, e senti a vida pulsar dentro do meu peito, me mostrando que eu enfim, havia acordado para ela ... E ela me daria essa segunda chance.
Quando eu saí de mim mesma, daquele esconderijo obscuro e diabólico camuflado dentro de mim, eu precisei proteger meus olhos do brilho ofuscante do sol, e tive medo do calor que senti, tive medo de todas as sensações que eu jamais me permiti, e que experimentara, me fazendo um bem daqueles de fechar os olhos por longos e intermináveis segundos de extase.
Quando eu saí de mim mesma, eu percebi enfim que não havia necessidade de fugir dos meus pensamentos e de tudo aquilo que povoava ( e ainda povoa) minha mente, que por povoar me aprisionava dentro de mim, sem encontrar compatíveis, e que me fazia crer que era melhor calar à manifestar a quem não pudesse compreender.
quando eu enfim, ergui meus olhos para o mundo, e disse " aqui estou", vi o céu celestialmente azul, e todas as criaturas, e todas as pessoas com um carinho imensuravel, e de repente eu pude perdoar antes mesmo de ser desapontada, e eu vi como todos somos ainda infantis, medrosos, fracos ... Senti uma emoção de me fazer chorar, e assim, um tanto cega de lagrimas e imenso amor, pude decidir:
- Decidi que, de uma forma ou de outra, eu havia conseguido viver, e descobri a motivação para fazer jus aos que chama de vida, e que eu chamo de oportunidade.
E hoje, é como se cada dia guardasse o desejo, a beleza, o segredo. Como se fosse o primeiro, embora um dia chegue o último.
Mas será assim : livre,  com amor, carinho, dedicação, liberta de todas as fugas, longe das lentes distorcidas do imenso egoismo de não compartilhar, que pairavam sob meus olhos, que estou a pé nessa estrada deliciosa rumo à plena, desejada, e vivida a cada segundo: FELICIDADE

unhas vermelhas

Unhas vermelhas, coração sangrando,
estou plena embora só
estou há muito procurando caminhos de sol
caminhos sem raízes, sem medos
Meus olhos estão perdidos
sei que o horizonte é longe
mas é lá que quero estar
mas meus passos me levam a um so lugar
como o Zulai é para o monge

unhas vermelhas coração sangrando
sou como uma folha jogada ao ar
não estou aí agora, só uma parte
a parte que você lembra e sente

Unhas vermelhas coração sangrando
e posso me levar para longe
mas os meus pensamentos continuam aqui
momentos, palavras, canções

coração sangrando é minha missão
fome, dor, frio torturam meus sentidos
não aprendi nada com a inércia
e viver para mim tem que ser em prol
E se o inferno é aqui dentro de mim
quero encontrar o paraiso
e que o meu pesar possa ser acalentado
para que esse inebriante pensamento faça algum sentido.

domingo, 28 de agosto de 2011

Primaveras

Não tenho por que falar, mas a necessidade grita... bloqueando qualquer razão, deixando livre a música, os versos, pra eu cantar ... e não fosse essa musica tão melancolica que torna tudo mais poético, mais bonito e mais triste também, eu não estaria inebriada pelos pensamentos que misturam todos os sentimentos no meu peito, e me dizem que é preciso força para não mais sorver aos que querem apenas uma parte, porque eu só sei ser completa! Não tenho tantos motivos pra acreditar, mas quando deixar de fazer isso não serei mais eu mesma, e acreditando nessa pontinha de verdade e honestidade que algumas pessoas carregam, posso continuar e seguir em frente ...
Saudades demais ... Agora que está chegando mais um ano para a minha vida, eu sinto mais saudades de todos os momentos que vivi, e que acreditei, quando todos diziam para duvidar, e que corri na chuva, quando todos tentavam se esconder sob seus guarda-chuvas cheios de magoa e ressentimento de um mundo que eu espero não conhecer de perto, porque me sinto, de alguma maneira, protegida!!!! Mais um ano que se passa ... Não é somente a minha data,  infelizmente é também a chegada do seu aniversario de partida, que me deixa triste, é claro, mas também me fortifica ... Descanse em paz, vá encontrar o que tanto buscou: sonhou sonhar  sem medos, sem fugas, sem mentiras, e agora já não há para mim tanta dor ... Fechou os olhos, mas me abriu uma janela, abriu meu coração, minha mente, minha libertação ... E eu sei que até de olhos fechados eu poderei ver e sentir, o sabor, amor, paz e a natureza à minha frente, linda e imponente me confortando em seus braços!!!!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Aceita um chá?

Nada como um chá bem quentinho e fumegante para aquecer nesse frio, não é verdade, e como sabem , eu como adepta total de todos os tipos de chá, achei esses aqui, que além de serem deliciosos, são super práticos e decorativos ...  È bem simples, você aquece a agua, e coloca esses palitinhos dentro da xicara, e ele irá se dissolver aos poucos, é possivel acrescentar açucar ou adoçante, mas eu indico tomar sem adições, afinal os sabores são inconfundíveis : chá preto,  manga, limão, romã, pessego e amora, as misturas são possiveis e, cá entre nós, sensacionais!!!!

  
Conta a lenda que a árvore do chá foi descoberta, no ano 2737 a.C., por acaso, quando o imperador chinês Shên Nung, mais conhecido como o “Curandeiro divino”, dava um passeio pelas suas propriedades. O imperador pediu a determinada altura que os seus servidores lhe fervessem um pouco de água enquanto descansava à sombra de uma árvore. Foi precisamente dessa árvore que uma folha se soltou e caiu dentro da taça de água fervida. Sem reparar, o Imperador bebeu, sendo dessa forma que nasceu a primeira chávena de chá. Terá sido este imperador que criou a medicina natural ou ervanária, testando ele próprio uma enorme variedades de bebidas medicinais à base do chá.
É bem provável que essa história nem seja verdadeira, mas dá um ar romântico à origem de uma bebida conhecida mundialmente. Esta lenda é divulgada como a primeira referência à infusão das folhas de chá verde, provenientes da planta Camellia sinensis, originária da China e da Índia. Na verdade, o primeiro registro escrito sobre o uso do chá data do século III a.C. O tratado de Lu Yu, conhecido como o primeiro tratado sobre chá com caráter técnico, escrito no séc. VIII, durante a dinastia Tang, definiu o papel da China como responsável pela introdução do chá no mundo.
E pra quem já é de casa, sintam-se convidados a vir degustar comigo, não só os vinhos, mas chás também, esse não tem no Brasil, mas há uma loja ótima no Shop Iguatemi, chamada  "A loja do cha - www.teegschwendner.de
Ou ainda pelo site  http://strawberryhill.foodoro.com/products/whirl-ease-tea-mug-gift-set-6-pcs



 Espero que tenham curtido a dica !!!!
Bjuix


segunda-feira, 11 de abril de 2011

Noite

Ao anoitecer sonhos tomam conta de meu coração, que bate aflito e espaçado, nessa imensidão da noite que é um sem por quê de frieza, de solidão.
Meu coração bate, e é como se uma bossa nova ou jazz emprestasse sau batida a ele,  ele bate, e bate por trazer consigo ilusões de minha alma apaixonada, sedenta, que acumula ainda restos de esperança num amor que se não for eterno, que seja enquanto dure .... e que dure sim muito tempo, pois a sensação do amor é plena, é como um extase continuo e calmo, é contraditório sim, mas quem disse que é necessario não ser para que a realidade se faça? Assim como o som do jazz não é regrado, assim é o meu coração.
E ao me deitar as sensações  vêm num turbilhão de cores e sentidos indescritiveis e maravilhosos, como num caleidoscópio.  É como voar , é como beber um vinho e senti-lo entorpecer as extremidades, é como tomar um banho de mar pós chuva, e sentir o calor da agua na temperatura do seu corpo, e chorar de emoção por isso, porque o mar naquele momento apreendido e singular, faz parte de ti, da tua lagrima, do teu calor, da tua vida. Nessas horas, não me importa o que os outros pensam, quem pensa não sente, e eu não posso dar prioridade aos que me vêem como opção, não posso perder meus momentos lucidez, não quero, o ue quero é plenitude se não houver plenitude nisso, no que mais haverá? Não quero ser levada pela vida, como uma pedra carregada pela correnteza, quero filhos na escola, quero beijos escondidos, entumecidos como sou agora.
E agitada, reviro-me noite adentro, porque sei que com amizade e desejo , nossos corações e corpos ainda não sabem lidar.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Nada x Nadar

É extremamente estranho como o hábito é algo difícil de quebrar na nossa vida ... Coisas tão pequenas e simples, como ficar em casa assistindo um filme, ou ainda melhor, dar boas risadas com minhas sobrinhas, eternas crianças para mim, só por que acabou a energia .. e confesso que as vezes tenho mais é vontade que acabe mesmo, para curtir mais esses momentos em familia!!!
Adoro estar em casa, aproveitar cada minuto possivel de descanso, ficar de pijama ... dificil é conseguir sair de novo ... Ahhh ... bate uma preguiça, uma preguicinha boa, uma saudade antes mesmo de sair da minha taça, do meu sofá ... Esses hábitos, assim como outros também, são dificieis de romper, de quebrar o ciclo e fazer diferente, talvez seja o signo, que me faz adorar tanto ter tudo programado ...
Essa semana tive um pesadelo, acordei com medo e fui dormir na cama da minha irmã, isso me fez perceber como é bom não morar sozinha, não sei o que faria se estivesse só !!! Se estivesse com minha mãe, de certo que ela me abraçaria e me daria seu terço para rezarmos juntas, e eu me sentiria melhor ... Pesadelo, as vezes, faz bem, parece que nos faz gostar mais de acordar e saber que aquilo foi irreal, e que a realidade é muito melhor!!!!
gostaria de poder dizer isso as crianças do abrigo. Gostaria de poder estar lá quando elas tem pesadelos e acordam assustadas, embora isso me assuste também, afinal, não sei até quando serei apenas uma visita, e não parte da familia ... Mas isso é para outro post com certeza!!!!
as pessoas costumam me dizer que odeiam a rotina, mas o que nos torna uma sociedade "civilizada" é justamente a ordenação comum de horas, dias, semanas e tarefas encaixadas e espremidas dentro dessas pouquissimas 24 horas de um dia ....
Descobri uma coisa maravilhosa hoje: nadar é a melhor meditação que já experimentei. Sei lá, de repente  me dei conta de que naqueles 45 minutos não conseguia me lembrar o que pensei, e na verdade eu não pensara em nada ... Minha mente fica vazia, e td que consigo lembrar desses minutos, é a cor da agua morna se espraiando lentamente, e das bandeirinhas de chegada!!!!!

terça-feira, 1 de março de 2011

Père

Pode ser a chuva que chegou com as águas de março, pode ser a temperatura que caiu, pode ser aquele senhor que econtrei na faculdade, e que me falou como se me conhecesse profundamente. Pode ser o tempo que passou, pode ser o fato de eu ter que usar o mesmo remédio, e só me dei conta quando li a bula. Pode ser a falta que o senhor me faz, principalmente nos meus momentos reflexivos e filosóficos.
Pode ser a futura visita ao lar que me faça sentir tanto sua ausência. Pode ser o fato, de que talvez, o senhor não saiba de todo o meu amor, e da sensação que tenho todos os momentos que sinto sua presença ... Queria tanto que estivesse aqui ... Pode ser a influencia má da lua no meu signo, que me deixa mais sensível aos pequenos fatos que sucedem na vida cotidiana, e que no meio dessa loucura de viver, me dá a falasa impressão de que na verdade você ainda está aqui, e me faz até mesmo ouvir sua voz de novo, e até dar risada sozinha com suas piadas, com seu mau humor, "e se aqui for o inferno de outro planeta?",  com a sua falta de paciência com o ser humano, com a sua sarcástica inteligência, que muitas vezes te fez calar à manifestar a quem ão poderia compreender.
Lembro sempre daquele dia na escola ... manhã chuvosa, talvez fosse março, era inicio de aulas, não me lembro bem, mas você me levou, me explicou sobre a noz moscada, sobre o falso descobrimento do Brasil: " Filha, isso tudo é uma mentira, eles prostituiram o país, só troxeram marginais pra cá, e agora sofremos isso até hoje!", esbravejando os carros que nos jogavam agua durante o percurso. Lembro de ficar na porta do colégio, a salvo, seca, protegida, e vê-lo ir embora na chuva, porque nunca gostou "dessas porcarias de guarda-chuva que não servem pra nada" ... Se pudesse voltar, de certo eu iria correndo aos seus braços e não te deixaria ir embora sozinho na chuva.
Eu sei que foi uma escolha: minha e sua. Mas em tantos momentos me vejo em você, agindo, falando, estudando, lecionando ... Não importa que o mundo não tenha conhecido todo o seu potencial, sua destreza, eu sei. E sei também, agora mais do que nunca que tudo tem um motivo maior, o qual não posso compreender agora. Só sei que Profenide, realmente é o melhor para cefaléia. Só sei que realmente, o ser humano é o unico que se recusa a ser o que é. Só sei que realmente, podem me tirar tudo, menos o que conheço e o que vi.
Profenide, agora, sempre terá um significado diferente para mim. Obrigada!!!!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

ao grande poeta Pessoa

          Quanto mais penso, mais perceboe e entendo o que Pessoa queria dizer com " pensar é estar doente dos olhos" ... e nada como uma corrida as 6 da manhã, com o orvalho nas plantas, o cheiro de asfalto molhado, as poucas pessoas circulando nas avenidas e praças, tão cheias de vida, tão cheias de particularidades, dores, alegrias, sofrimentos, ilusões, das quais eu jamis conhecerei, assim como não conhecerei o toque de todas as plantas e folhas pelas quais passo durante a corrida ... que as vezes até se chocam contra mim, e me causam uma sensação tão doce de liberdade, de natureza, de vida ... E ainda que eu pense sobre todas essas pessoas e plantas, que em algum momento, cruzaram meu caminho, ainda sim, sinto como se eses pensamentos pudessem me libertar ... Ora, não é um pensamento sobre mim, mas sobre o mundo ... é como ver com a alma, e nesses momentos não me sinto doente dos olhos, ao contrário, sinto que essas pequenas partículas de gotas de chuva que caem sobre mim, e sobre os guarda chuvas ansiosos e aflitos, e sobre as plantas de maniera calma, lenta e generosa ... ahh ... quando essas gotas caem e tocam meu rosto, eu me sinto tão completa, tão preenchida, como se Deus estivesse mais perto de mim ...
É como sentir o enlace de um gato a se enroscar entre suas pernas, enquanto você está apenas em algum lugar da cidade, tomando um vinho numa calçada da Vila, e aquele simples gesto natural de um bichano, te traz de volta ao mundo que realmente importa, às coisas que realmente valem a pena ... sei que é apenas um bichinho carente em busca de um prato cheio de leite e quem sabe uma cama para se deitar ... mas  oh meus amigos, não somos todos assim? Quantas vezes escrevi sobre a carência humana, quantas vezes já não vi atitudes tão mais instintivas do que a do pobre gatuno, mas do que isso importa?  Racionalizar isso, é estar doente dos olhos e da alma, por que no fundo o ser humano é tão frágil e simples, quanto qualquer pobre felino por aí , a diferença está na necessidade e desejo de cada um. O bichano tem suas necessidades, o ser humano desaprendeu o que é isso, tem apenas desejos e impulsos. Nada além disso.
Eu do meu lado, estou semrpe observando as pessoas, dividindo com cada uma que passa por mim, um pouco de suas histórias, e algumas vezes, um pouquinho da minha ... E entre dry martines, vinhos, filmes, e corridas com chuva, me percebo cada vez mais, e tentando não pensar ... Penso ...

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Por que viver é uma eterna descoberta

Viver o presente, sonhar o futuro, esquecer o passado. Nessa estrada perigosa chamada vida, cada passo uma expectativa, e cada curva uma nova dor, alegria, esperança....E nada mais como repentinamente, essa estrada tão bem pavimentada que é a vida, se transforma numa estrada de terra, e o caminhar torna-se dificil e massacrante; nos nossos pés abrem-se feridas profundamente doloridas, como chagas; nas nossas mentes brotam  questões do porquê d tanta dor? Mas a estrada continua, intacta, não há o que fazer além de percorrê-la, pois a esta altura, não há mais como voltar ou parar. O caminho parece acostumado à nossa presença, e acabamos por caminhar de maneira automática: olhos bem fechados pela dor, coração bem protegido pela desilusão, e tão logo somos apenas andarilhos cobertos com uma mortalha inerte ao mundo.
Nesse momento crucial, nossos pés maltratados conseguem sentir o toque sutil de uma flor, ainda que pequena, suficiente para amparar sob suas petalas , pés tão cansados, proporciona um alivio , que só se pode compreender se tenta visualizar um longo bocejo de preguiça; e esse gesto natural e casual de cuidado e afeição, nos abre os olhos, e então vemos estupefatos, que na verdade nosso caminho jamais fora de pedras, era nosso coração amiantado, que tocou as flores e as sentiu pedras, que andou pela encosta do verão de sol forte no rosto, e sentiu as trevas, e só no ponto mais alto da dor é que o mal se extinguiu , se partiu em milhoes de pedaços, permitindo a sensação da ultma flor. Porque esperar chegar às portas da morte, para perceber que ão se viveu?
Ahh Deus, que o meu pesar possa subir aos céus e acariciar a face suave de todos os anjos; que a minha dor possa ser acalentada e aliviada pelo olhar doce de uma criança, e assim, quem sabe, um dia minha vida possa ser aconchegada nos braços eternos e apraziveis do paraiso.

Inspirado em Augusto dos Anjos

 É deprimente chegar a conclusão de que, embora a contragosto, somos todos parte de uma sociedade capitalista e negligente, onde somos apenas números,máquinas, clientes e consumidores...
  Desde que era criança carrego comigo muitas dores do mundo. Dores pelo descaso. Dores tão profundas como feridas abertas, e a medida que fui crescendo tive medo de passar a participar disso, de me acostumar com as tragédias humanas, tive medo até, de um dia, nem saber mais quem eu era, de estar tão perdida a ponto de não saber mais nem de mim, quem dirá dos outros. Mas ao contrário dos meus medos infantis, minha guerra contra esse mundo passou a aumentar conforme fui crescendo, e hoje a dor e incálculavelmente maior! Ser adulta nesta sociedade, requer um esforço sobrenatural, requer muita atenção e cautela, mas ao final das contas, vejo que tudo é em vão. A necessidade de sobreviver mostra que o ser humano possui um instinto, eu diria, quase assassino, que mata muitos por fome e uma minoria por indigestão.
   A vida perdeu o sentido completamente, corremos tanto em busca de sonhos financeiros e paraísos aquisitivos, e o que temos não nos satisfaz, queremos sempre mais e mais.  
  Eu não quero muito. Quero ter tempo para ajudar, quero costurar a boca insaciável deste círculo vicioso chamado dinheiro, preciso de paz!!! Estar assim me entristece, sinto-me inútil, impotente. É dificil entender por que viver tornou-se um genocidio. Viver é um crime contra toda a humanidade já que para tal somos capazes de qualuqer coisa. Já que para termos futilidades a disposição, somos capazes de matar, vender, prostituir, dissimular. Tudo hoje tem um preço e está a venda para quem possa comprar, tudo está em exposição nesse imenso mercado chamado mundo. Há pessoas que me consideram estranha, timida, vulgar, arrogante, mas a verdade é que cada um vê a sua própria imagem, por que precisamos acreditar que somos iguais. Quando se trata de sujeira, escuridão e solidão.
   Eu sou o que sou, nem boa nem má, digamos neutra, afinal nenhuma das minhas opiniões tem valia a não ser para mim mesma, e talvez seja por isso que me habituei a escrever, a dizer sem que me perguntem, ou a calar e ouvir tudo que já sei.
  No fundo, alimento uma ponta de esperança de que, nós seres humanos, podemos ser bons. A idéia de que nossa essência é má, não me parece verdadeira. Se somos a imagem e semelhança de Deus, há de existir bondade em nossos corações, tão marcados e revestidos de amargura e poeira por tanto mal cuidado, e por tanto tempo. Acordemos para ver e sentir o calor do sol! Vejamos as flores, as árvores, as pessoas. Convidemo-nos uns aos outros para um passeio à tarde, onde possamos ficar deitados na grama, nostálgicos e saudosos de nossa infância! Talvez ainda haja tempo!!! Digamos "Eu te amo" quantos vezes houver sentimento e vontade, o tempo passa tão depressa. Amar é uma dádiva sublime.É possivel sim vivermos em comunhão, mas é necessário que se queira do fundo da alma.É preciso manifestar essa essência que carregamos camuflada. Preciso de ajuda para provar a mim mesma, pelo menos, que a existência humana não é uma falha, mas sim uma virtude.
   Que os olhos se abram e possamos enxergar os outros como se fossem nós mesmos. Sentir a fome, a frio, a dor, o desprezo como se tal acontecesse a cada um de nós. Talvez possamos achar no espelho o único possível responsável por esta mudança tão esperada por mim. Tente !

Para refletir

Creio no mundo como num malmequer. Por que o vejo. Mas não penso nele, porque pensar é não compreender... o mundo não se fez para pensarmos nele ( pensar é estar doente dos olhos), mas para olharmos para ele e estarmos de acordo... Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...Se falo na natureza não é porque saiba o que ela é, mas porque a amo, a amo-a ´por isso, porque quem ama nunca sabe o que ama, nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência, e a única inocência não pensar...

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Saudade

Que bom que essa palavrinha magica existe, e me permite expressar o que sinto. Parece pouco para dizer o quanto faz falta, o quanto dói, o quanto é difícil lembrar e ter que apenas conviver com a própria memória...
Ultimamente tenho pensado muito sobre isso: sobre como a ausência de certas pessoas na nossa vida, fazem falta e causam como se fosse um estranhamento do ambiente comum, daquelas situações rotineiras que temos que desempenhar todos os dias, e que como num piscar de olhos passam a nos causar estranheza, como se estivesse faltando alguma coisa, como se as peças estivessem fora do lugar, embora tudo esteja no seu devido lugar, e a  vida rolando como uma roda infinita de pequenos segundos, mas que vamos sempre nos recordar de cada um deles, pelo menos assim espero!!!!
Saudade é algo extremante antagonico, por que ao mesmo tempo é bom e ruim, é triste e alegre, preenche e esvazia a gente tão rápido ... tão lento ... tão forte ... tão especial!!!!
Quando estou com crianças em abrigos ou em qualquer trabalho voluntário, sinto saudade antes mesmo de ir embora, fico com a imagem delas no pensamento por muito tempo, e seus nomes estão gravados na minha mente ... Tainá, Carlinhos, Lohan, Givaldo, Ginaldo, Julia, Jassiara ( com dois SS hein tia!), hahaha ... Ai meu Deus, que saudade da doçura de vocês, da inocência, da bondade, da versão  boa de nós seres humanos !!!!
Queria mesmo é me livrar da saudade de quem não poderei mais ver, nem encontrar, nem sentir o cheiro de novo, nem rever os gestos e tiques peculiares, nem ouvir a voz, nem sentir o toque ... queria mesmo me sentir forte o bastante para acreditar que posso simplesmente não querer mais amar, não querer mais sentir falta, e apenas negando fazer isso tornar-se real. Queria  mesmo é chegar lá no futuro e dar uma espiadinha só para ver o que vai acontecer , e quantas crianças terei de fato levado pra casa!!!!
Eu que amo o trabalho voluntário, que aprendi a viver melhor comigo ajudando os outros, ainda sinto muita falta, ainda tenho um vazio no peito, que sempre esta aqui, mas as vezes dói mais, e as vezes menos ... Acho que vou conversar sobre isso na próxima visita ao asilo para os velhinhos ... eles adoram contar suas historias de amor e saudade !!!!
Ahh Deus, que o meu pesar possa subir aos céus e ser acalentado nos braços dos anjos, e que a minha vida seja instrumento de alegria para os outros, mesmo que a minha própria não possa acontecer!!!!
Saudade na verdade é ter deixado uma parte da gente com o outro, e na pior das hipóteses, nunca mais tê-la de volta!!!!!